Liberdade de expressão e o uso democrático da internet: todo cuidado é pouco com as Fake News
Todo período de pré-eleições gera nos eleitores um certo receio em relação ao futuro de mercado. Não há quem não coloque o pé no freio diante das incertezas. Para piorar a situação, a ampliação do acesso à internet, que certamente facilitou a vida e a comunicação das pessoas, também trouxe o problema das frequentes trocas de mensagens e compartilhamentos de informações nem sempre verdadeiras, causando preocupação. Certamente você mesmo chegou a postar algum vídeo, notícia ou imagem que sequer sabia se era real ou precisa. As notícias falsas ou imprecisas pela internet levam o nome de Fake News.
Essas notícias contribuem para gerar tumulto entre a população em diferentes situações. Vale a pena refletir sobre a importância de uma comunicação responsável, até mesmo para compartilhar simples mensagens pelos aplicativos de celular.
As divulgações sobre o processo eleitoral e até mesmo sobre movimentos populares, como o ocorrido recentemente com caminhoneiros de todo o Brasil, são exemplos que proporcionam muitos questionamentos sobre os cuidados em relação à transmissão popular das informações, mostrando como a comunicação sem organização e profissionalismo pode gerar resultados negativos.
A troca de mensagens pelo celular, comentários e informações em redes sociais, além dos noticiários com reportagens sobre os fatos, dão o tom de diferentes cenários brasileiros e podem gerar tumulto nos desavisados.
As Fake News não são uma novidade, mas a diferença é que hoje elas contam com a facilidade de acesso e difusão pela internet, muitas vezes dificultando a descoberta de sua falsidade.
Há, inclusive, empresas especializadas em produção de conteúdos fake, voltadas a caçar cliques a qualquer custo e sensacionalismo, envolvendo inúmeras pessoas como peças-chave para a disseminação dessas falsas notícias, uma verdadeira rede de mentiras. Uma dessas redes, envolvendo políticos em eleições passadas, veio à tona recentemente.
Essa indústria tem apenas o trabalho de criar as notícias falsas e soltá-las na rede. Os usuários, sem saber ou por conta de uma diversão bastante perigosa, acabam se incumbindo de disseminá-las.
Mas, segundo Diogo Rais, professor-doutor em Direito na Universidade Mackenzie, não é impossível detectá-las e combatê-las, porém há cuidados que colaboram para mudar este cenário. “A educação digital é uma ferramenta para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso democrático da internet.”
Aparentemente, o que impulsiona organicamente as fake news são as emoções despertadas por assuntos que mexem com nosso cotidiano, crenças e convicções. “Alguns exemplos recentes indicam que tendemos a ser menos céticos e cautelosos diante de “notícias” que vão ao encontro de nossos posicionamentos ideológicos ou que confirmem teses simpáticas a nossa forma de ver o mundo”, afirma o professor Diogo Rais.
Durante a greve dos caminhoneiros, uma simples e aparentemente inofensiva mensagem de celular era suficiente para promover a corrida da população a postos de combustíveis, supermercados, comércios de gás de cozinha, além de fechar escolas, postos de saúde e manter as pessoas em casa.
Por consequência, essa situação provocou dois sentidos de economia: um, daqueles que optaram por desacelerar, evitar gastos extras e deslocamentos, promovendo um apoio real à necessidade de mudanças econômicas do País; depois, de quem preferiu – por desespero ou muita necessidade - entrar na busca frenética por combustíveis e outros produtos, contribuindo para a formação de filas de espera que há décadas tinham deixado de ser comuns.
No mínimo, o movimento foi interessante para mostrar a importância do escoamento da produção agrícola no País e a celeuma que pode gerar quando algo sai dos trilhos, ou melhor, da estrada (pela falta de mais trilhos). A partir disso, ficou clara também a importância da organização e, especialmente nos dias de hoje, da comunicação efetiva e responsável para motivar ações.
Refletir, apurar e encontrar a verdade é uma responsabilidade que jornalistas e comunicadores assumem profissionalmente e devem manter pela vida. Mas e você, que tipo de comunicação está usando para informar suas ações?
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